sábado, 13 de dezembro de 2014

E então, outro Natal

ora, se ele, o papai noel, que não é pai nem aquele que escrevem Pai, ora se ele não é uma utopia. 
quem dera uma vez por ano, ao menos uma!, alguém desse os presentes mais queridos por todos. ora quem dera - quem dera! - alguém com generosidade tamanha, uma vez por ano. uma vez, só uma, quem dera se rico ou pobre recebessem, de coração, de bom grado, com carinho, aquilo que acreditam ser a melhor coisa para se ganhar naquele momento. quem dera houvesse renas voadoras e carruagens mágicas, um coração tão bom, uma atenção tamanha aos desejos de cada um que só pudesse aparecer uma vez por ano, só uma. mais que isso, talvez: insustentável. um dia, dos trezentos e sessenta e cinco - ou seis -, que todos fossem felizes, que comessem com fartura, que sorrissem e se iluminassem, um único dia, todos nós que aqui estamos, assim, quem dera. todos. mas é utopia. e, como tal, é triste. e linda. e, por isso, mais triste ainda.

e por linda, deixamos os pequenos acreditarem. mentimos sem que se quebre a confiança. (deixemos, só por mais um ano, estendamos mais um pouquinho a crença). fazemos um esforço máximo e coletivo pra que eles, alguns pequenos (mas só alguns), entendam que é possível, verdadeira e realizável essa beleza. pela utopia que queríamos tanto que fosse real, por ela, fazemos, com muita força e coletivamente, que ela seja, sim, real. ao menos nas mentes e nos corações dos pequenos. uma vez por ano.

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