por volta dos dois anos que cada um é. isso porque, antes, não se é pessoa, mas mundo, todos à volta e tudo em si, um único, uno, redondo, um.
umbigo.
aos dois é que se torna ser.
aos doze, mais ou menos, com uma década de experiência em ser, torna-se si mesmo.
experimenta-se a si no mundo, no mundo não-família. sai-se do círculo próprio e arredonda-se, no mundo, em relação e em experiência.
faz-se a si mesmo.
por volta dos doze, adolescer.
educar como formar, é dar determinada forma, percebe-se o outro como vazio e o preenche. mas, como vazio, se antes dos dois, um único em si com todos e tudo à sua volta? como vazio, se antes dos doze, um ser?
educar, então, só em contato direto com o ser que se está aprendendo a ser e, depois, em contato direto com o ser si mesmo que está se descobrindo. estar junto, viver ao lado, conviver, sendo si mesmo e deixando que o outro venha a ser e torne-se si mesmo.
ser e adolescer.
ambos são processos e, como tal, difíceis e passageiros. processos para tornar-se adultus, do latim, único (pois singular), crescido. processos intensos, profundos e essenciais, literalmente. preenchem cada um de si mesmos.
são processos difíceis para quem os vive. quem está ao lado há de suportar, ser suporte, e permitir que o outro passe pelo que é preciso passar.
mas, desconsiderando isso tudo e, então, sendo indiferente às dores e à beleza do vir a ser, dos dois, diz-se terrible two; dos doze, aborrecente.
aqui, não há terrible two, tampouco aborrecente. há um sendo e outro adolescendo.
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