sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tempos modernos

minha bisavó teve catorze filhos. minha sogra, nove. 


dia desses me disseram que tenho uma prole. 
adorei!



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Da Carta


escrevi uma carta pra umas queridas (queridíssimas!) crianças. respondi, na verdade, uma carta que deles recebi. 

ô saudade...

difícil escrever pra crianças quando se quer falar de coisas da vida, coisas sentidas lá no fundo do coração. falar de mudanças, de planos, sonhos... da vida, enfim.

mas encarei. e escrevi. foram quase dois meses pra ficar pronta.

desenhei uma carruagem - embalada pela carruagem do banho! -, carregada por um cavalo (que eu queria que fosse um unicórnio voador). mas é uma carruagem que pode ser também um foguete. poderia ser um submarino. que seja o que eles quiserem! e disse que a cada lugar que a gente vai, a carruagem vai junto carregando nossos sonhos, nossos desejos, nossos medos, também. e o que tem de principal lá dentro são as lembranças de todas as pessoas de quem a gente gosta e não vai esquecer fácil - talvez nunca. lembranças de tudo de bom e gostoso que aconteceu entre a gente e essas pessoas queridas.

a carruagem - ou foguete, ou submarino - fica lá bem no centro do nosso coração. 

eu não vou esquecer esses pequenos. e, ai, como dói isso! como doeu escrever/desenhar essa carta! - mas dessa dor eu não escrevi, não. eles vão descobrir com a vida, com o tempo...

minha carrugem veio pra outras paragens, mas está cheia de crianças de três e quatro anos. e de outras crianças, de outras idades, também. mas essas, de três e quatro anos, as mais queridas de todas, por certo ocupam mais espaço!


A Carta

meio papel fantasia dobrado é a capa da carta: uma carruagem.



abre a aba de baixo e a carruagem vira um foguete.



abre a aba de cima e, virando o papel de lado, 
o foguete vira um submarino!



vira de costas e lá está a parte escrita da carta.



espero, de coração, que os pequenos tenham gostado. 
muito.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carinhos e carências - carências e carinhos.

acarinho a cabeçinha careca do mini-menino e minha mão quase a cobre por completo. jeitinho bom de aquecer o coração!


eu queria, queria um gigante com as mãos assim. queria um carinho assim, pra acalmar os ânimos e desânimos que por vezes nos tomam de susto.


queria um colo onde meu tamanho fosse só o tronco do gigante e seus braços me envolvessem toda numa segurança que só esse tamanho é capaz de dar - quem nunca?


mas eu sou essa giganta. 
eu dou o carinho, os braços e o colo. 
eu dou a segurança e acalmo as circunstâncias. 


e assim, como que de repente, sinto grande meu coração. 
e aqueço.



domingo, 1 de julho de 2012

Aprendendo a aflição

o vizinho de cima cria porcos. dois. um grande e um pequeno. outro dia, o pequeno apareceu aqui em casa. um fofo, rosinha. trouxe uns bichos-de-pé, mas não fuçou no quintal, então não reclamamos. só avisamos que o bichinho tava fugindo. é porque ele tá apanhando do grandão, explicou o vizinho, aí ele foge.


mais outro dia e a pequena conseguiu ver o porquinho. o rabinho enrolado, a pele rosa, só não gostou da cara dele, mas ele é fofo, ela disse. quando em vez a gente escuta o barulho deles. 


eis que aconteceu. ninguém cria porco por ser fofo, não é? escutei muitos gritos de porco. agudo, uns ganidos fortes, muito fortes. ô dó. era do porco grande, por certo.


a pequena escutou. perguntou o que era e eu contei. escutando os ganidos, foi encolhendo os ombrinhos... chupando a barriguinha... colocando o bumbum pra dentro, juntando os joelhinhos, se encolheu toda, até o rostinho... e por fim falou com sua vozinha fininha de menina: aai!


enfim acabou o sofrimento do bicho e ela perguntou: mamãe, isso é que é aflição? é, filha, é isso mesmo.


ai.


jeito ruim de aprender a aflição. é possível aprender isso de um jeito bom?